Às vezes me sinto tão velha
Tão bruxa
Perdida
Vazia
A criança abandonada
Tão pequena, tão menina
Quebrada em tantas partes
Que não me vejo no espelho
Dói o peito, falta ar
Falta amor
Violada, esquecida
Caminho sem rumo
Com minhas asas quebradas
Sei que minha solidão é o que marca minha existência
Mulher invisível, ignorada
Rebelde, meu corpo queima em busca da verdade
E nas sombras encontrarei alguma liberdade?
Eu sigo teimosa, com meu olhar de Medusa
Que saia um grito de luz
Sou Perséfone sem Deméter
Sou Ísis e colo minhas partes
Renasço
Do meu próprio ventre
Sou fênix a cada manhã
Luz de Luna